O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro foi de 0,44%, após uma leve queda de 0,02% em agosto. No ano, o índice oficial de inflação acumula alta de 3,31% e, nos últimos 12 meses, de 4,42%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, dois tiveram maior influência nos resultados de setembro: Habitação, que registrou uma alta de 1,80%, e Alimentação e bebidas, com inflação de 0,50% no mês.
No grupo Habitação, o resultado foi influenciado, principalmente, pela energia elétrica residencial, que passou de -2,77% em agosto para 5,36% em setembro, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1. Em outubro, esse número pode ficar ainda mais pressionado, já que a bandeira tarifária foi aumentada para vermelha patamar 2. Já em Alimentação e bebidas (0,50%), a alimentação no domicílio teve alta de 0,56%, após dois meses consecutivos de queda.
Apesar da aceleração do IPCA, Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, considera que o resultado trouxe “mais pontos positivos do que negativos”. Segundo ele, os principais grupos de interesse para o Banco Central desaceleraram: serviços (0,15% vs 0,24% em agosto), serviços subjacentes (0,02% vs 0,28%) e a média dos núcleos (0,22% vs 0,25%).
O economista da Suno alertou, contudo, que houve uma elevação mensal nos preços de serviços intensivos em trabalho. Até o fim do ano, os pontos de atenção, na visão de Sung, são os preços de bens industriais e os preços de energia.
Igor Cadilhac, economista do PicPay, por outro lado, diz que “há sinais claros de piora nas leituras mais recentes”. Na avaliação dele, o Copom deverá acelerar o ritmo de elevação de juros, com uma alta de 0,50 ponto percentual na Selic na reunião de novembro.
A opinião é similar à de Marcos Moreira, sócio da WMS Capital. “Em nossa visão os riscos inflacionários continuam altos”, afirmou. A casa projeta mais duas elevações de 0,50 p.p. na Selic em 2024 e mais uma de 0,25 p.p. no ano que vem.
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