segunda-feira, 19 de maio de 2025
Search

Juventude debate prioridades para desenvolvimento global

Juventude debate prioridades para desenvolvimento global

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


Cinco jovens brasileiros escolhidos em um processo seletivo vão representar o Brasil nas trocas de experiência, discussões e construção das propostas que serão apresentadas em novembro à cúpula do Grupo dos 20 (G20), que reúne as maiores economias globais e que este ano é presidido pelo Brasil. O grupo compõe a delegação do Y20 (Youth20, em inglês), que garante a participação social e o protagonismo da juventude de todo o mundo no processo decisório internacional.

“Trabalhamos para fortalecer o protagonismo das juventudes nos espaços de tomada de decisão do G20 e do mundo.”, explica Marcus Barão, chair do Y20 e presidente do Conselho Nacional da Juventude.

Philippe Diogo da Silva, Mahryan Rodrigues, Leandro Corrêa, Daniela Costa e Guilherme Manços se reunirão com jovens representantes dos outros países-membros e convidados em Belém do Pará, no Y20 Pré Summit, a partir desta segunda-feira (17). Por três dias, eles participarão do primeiro encontro presencial para a construção do chamado Communiqué, documento com reivindicações e propostas da juventude para o desenvolvimento econômico e social global.

“Será muito positivo para que a gente consiga organizar uma proposta como o Sul Global. E para que esse Sul Global tenha voz e vez, juntamente com outros países do Norte Global, e que a gente consiga achar uma linha tênue para conseguir bater de frente com os dados que nos colocam sempre à margem da sociedade em uma situação de vulnerabilidade”, afirma Philippe Silva.

Cada representante, com idades entre 18 e 30 anos, tratará de um dos temas prioritários escolhidos pela presidência do Y20 para a condução dos trabalhos. Os debates serão sobre combate à fome, à pobreza e à desigualdade; mudanças climáticas, transição energética e desenvolvimento sustentável; reforma do sistema de governança global; inclusão e diversidade; e inovação e futuro do mundo do trabalho.

Um segundo encontro, o Y20 Summit, ocorrerá entre os dias 10 e 17 de agosto, no Rio de Janeiro. Nele será concluído o documento a ser apresentado à cúpula do G20.

“É a possibilidade de os jovens, principalmente os brasileiros, levarem suas demandas. Tendo em vista que os jovens brasileiros, que têm se mostrado em situação de vulnerabilidade, que não conseguem acesso ao mercado de trabalho e que não conseguem também se profissionalizar, sendo as principais vítimas da fome, do subemprego e de outras suboportunidades que estão colocadas”, destaca Philippe Silva, que tratará dos debates sobre combate à fome, à pobreza e à desigualdade

Silva e os outros quatro delegados, além de participarem da agenda do Y20 em encontros virtuais e presenciais de engajamento da juventude, também passam por uma série de capacitações para que possam atuar efetivamente nessa representatividade. “A gente teve recentemente um treinamento com a ONU Brasil e diversas agências unidas que nos capacitou e nos forneceu insumos, não só dados, mas insumos técnicos para que possamos debater e apresentar propostas para essa incidência política e para construir o texto final da melhor forma possível. Apesar de uma visão otimista, acredito que um dos nossos grandes desafios vai ser construir consenso”, ressalta Mahryan Rodrigues, que trabalha o tema mudanças climáticas, transição energética e desenvolvimento sustentável.

Criado em 2010, o Y20 é um dos fóruns de maior influência internacional e um dos mais importantes sobre juventude do mundo. Apesar de os delegados participarem dos debates divididos em eixos, a construção do consenso acaba convergindo para a questão econômica. “Eu diria que um dos grandes desafios é pensar em quais são os obstáculos e as alternativas de financiamento e meio de implementação para que países em desenvolvimento também façam a transição verde nas economias. A gente sabe que os países desenvolvidos têm mais recursos financeiros e menos desigualdade com as quais lidar”, ressalta Mahryan Rodrigues.

Para Mahryan, outras construções poderão vir da transversalidade dos temas, como o alcance social necessário para que a transição verde seja para todos, para que a justiça climática aconteça nos países em desenvolvimento e que as soluções para a mudança do clima sejam efetivamente sustentáveis. “Eu costumo dizer que a crise climática vai chegar para todo mundo, para algumas pessoas já chegou e algumas pessoas serão mais afetadas primeiro e mais intensamente. Então, dentro desse grupo do G20, apesar da economia ser uma pauta em comum, a gente tem países com mais desigualdade para resolver”.

De acordo com Barão, a escolha de Belém para iniciar os debates presenciais reflete o compromisso do Y20 com a agenda internacional, já que a cidade receberá em 2025 a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) e reforça a importância da região amazônica para o equilíbrio ambiental.

Para os jovens, também favorecerá a participação social na reflexão sobre novas estratégias para a região e poderá auxiliar nos debates de implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, em inglês), atualizadas anualmente nas conferências das partes.

Philippe Silva também reforça que o exercício de representatividade é uma capacitação para que a juventude possa futuramente estar preparada para conduzir as discussões nesses grandes fóruns globais. “Logo estaremos nesses mesmos espaços que eles ocupam e poderemos garantir uma estrutura mínima que a gente precisa, de participação, de voz, de sociabilidade e, claro, de qualidade de vida. Em muitos países a gente vê que, hoje, o jovem somente é capaz de sobreviver, e chegamos a um momento em que não é mais possível ter uma juventude, ou uma classe trabalhadora, que ainda pensa apenas em sobreviver,. É necessário alcançarmos uma vida de qualidade, com acesso a todos os direitos de forma universal e igualitária”, conclui.



Fonte: Agência Brasil

Gostou? Compartilhe com um Amigo!

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Siga nossas Redes Sociais

Google_News_icon
Google News

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem viu esse, também viu estes

“O que há de pior na economia? Spread bancário elevado”, diz consultor financeiro Gustavo Cerbasi

“O que há de pior na economia? Spread bancário elevado”, diz consultor financeiro Gustavo Cerbasi

IBGE: país tem 2,1 milhões de trabalhadores de plataformas digitais

IBGE: país tem 2,1 milhões de trabalhadores de plataformas digitais

prazo para optar por pagar imposto em débito automático termina nesta sexta

prazo para optar por pagar imposto em débito automático termina nesta sexta

Doações do IR para projetos sociais esbarram no desconhecimento

Doações do IR para projetos sociais esbarram no desconhecimento

Dólar sobe para R$ 5,28 em meio à queda das commodities

Dólar sobe para R$ 5,28 em meio à queda das commodities

Regulamentação da reforma tributária prevê alíquota média de 26,5%

Regulamentação da reforma tributária prevê alíquota média de 26,5%

IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, sobe 2,45% em 2023

IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, sobe 2,45% em 2023

investidor aguarda sinais sobre juros dos EUA, Brasil e UE

investidor aguarda sinais sobre juros dos EUA, Brasil e UE

Produção industrial cresce 0,4% de julho para agosto

Produção industrial cresce 0,4% de julho para agosto

Prévia da inflação fica em 0,64% em março e atinge 5,26% em 12 meses

Prévia da inflação fica em 0,64% em março e atinge 5,26% em 12 meses

reconstrução de rodovias federais custará mais de R$ 1 bilhão

reconstrução de rodovias federais custará mais de R$ 1 bilhão

Agências reguladoras cancelam votações em apoio a servidores

Agências reguladoras cancelam votações em apoio a servidores

Governo paga Apoio Financeiro a trabalhadores domésticos do RS

Governo paga Apoio Financeiro a trabalhadores domésticos do RS

Exportações ajudarão Brasil a diminuir desigualdade social, diz Lula

Exportações ajudarão Brasil a diminuir desigualdade social, diz Lula

Começa consulta ao maior lote de restituição do Imposto de Renda

Começa consulta ao maior lote de restituição do Imposto de Renda

Inflação de janeiro fica em 0,42%, pressionada pela alta dos alimentos

Inflação de janeiro fica em 0,42%, pressionada pela alta dos alimentos