O IBC-Br de novembro é destaque na agenda do dia, além da leitura preliminar de janeiro das expectativas de inflação dos Estados Unidos e do índice de sentimento do consumidor no país. O Banco Central abre as reuniões trimestrais com economistas para elaboração do Relatório de Inflação. Nos EUA, o vice-presidente de supervisão do Fed, Michael Barr, e a presidente do Fed de San Francisco, Mary Daly, participam de eventos à tarde.
Exterior mostra apetite a risco
Um apetite moderado por risco volta a apoiar ganhos às bolsas europeias e futuros de Nova York em meio à alta de commodities, queda do dólar ante moedas rivais e com ações de tecnologia ainda beneficiadas por resultados e projeções da Taiwan Semiconductor Manufacturing Co (TSMC), a maior empresa do mundo no ramo. Mas os juros dos Treasuries longos hesitam e rondavam a estabilidade, após subirem mais cedo, ecoando indicadores americanos melhores que o esperado ontem e a fala do presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, que reiterou a visão de que os juros só devem ser cortados no terceiro trimestre.
A previsão contraria a aposta ainda majoritária do mercado que projeta a primeira redução da taxa básica em março, conforme aponta a plataforma do CME Group que monitora a curva futura, embora essa hipótese venha perdendo força nos últimos dias.
Os mercados europeus repercutem as quedas das vendas no varejo do Reino Unido e da inflação ao produtor (PPI) da Alemanha maiores do que se esperava em dezembro, enquanto olham a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, em Davos, após indicar essa semana um provável início de corte de juros em junho, e aguardam indicadores dos EUA e os discursos de autoridades do Fed.
Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única, com ganhos em Taiwan após o salto de 6,46% da TSMC, mas perdas nos mercados da China, onde a mídia relata que uma grande corretora suspendeu vendas de ações a descoberto para alguns clientes, segundo a chefe de pesquisa de varejo do Maybank, Sonija Li. A bolsa de Xangai recuou 0,47% hoje e 1,7% na semana.
No Brasil, IBC-Br mostra estabilidade em novembro ante outubro
O ambiente positivo nas bolsas internacionais pode dar impulso ao Ibovespa, após queda ontem, além da valorização do petróleo e de 2,63% do minério de ferro para maio no mercado futuro da Dalian, na China, que podem apoiar também as blue chips Petrobras e Vale. A volatilidade dos rendimentos os Treasuries longos nesta manhã deve afetar os ajustes da curva de juros futuros, mas o recuo do dólar em relação a moedas rivais e várias emergentes ligadas a commodities pode servir de contraponto e também beneficiar o real, induzindo uma realização de lucros após quarto dias de altas seguidas da moeda americana, que já acumula ganhos de 1,52% na semana.
Os economistas vão avaliar ainda o IBC-BR, divulgado há pouco. O indicador mostrou alta de 0,01% em novembro na comparação com outubro, em linha com a mediana do mercado, que previa estabilidade após recuo de 0,06% em outubro.
Também as negociações políticas em torno da MP da reoneração da folha de pagamentos seguem sendo rastreadas. Ontem à noite, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deixou a residência oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) sem falar com a imprensa, após se reunir com o deputado para tratar da MP. Antes do encontro, a jornalistas, Haddad afirmou que iria reportar a Lira as conversas que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre a MP nesta semana.
O presidente Lula, por sua vez, criticou o projeto que prorroga a desoneração até 2027 aprovado pelo Congresso em dezembro e vetado por ele e cobrou contrapartida dos empresários. De acordo com o presidente, os empresários que defendem o benefício fiscal deveriam garantir estabilidade aos funcionários durante todo o período.
Em Davos, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse hoje que o objetivo é fazer regulamentação da reforma tributária em 2024 e que os senadores querem fazer discussão muito ampla sobre gasto público neste ano.
*Agência Estado