A agenda desta segunda-feira é esvaziada no Brasil e nos Estados Unidos os mercados estão fechados por conta do feriado do Dia do Presidente. Passado o carnaval, os trabalhos no Congresso devem ganhar tração nos próximos dias e a reforma tributária é uma das pautas a ser acompanhada. Ao longo da semana, os destaques são as atas das últimas reuniões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e do Banco Central Europeu (BCE), além do índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro, e uma série de índice de gerentes de compras (PMI) da Europa e EUA. A agenda local traz hoje o IBC-Br e o monitor do PIB, ambos de dezembro.
Na Europa, bolsas operam em queda
O feriado nos EUA tira o fôlego e a liquidez dos mercados internacionais e a maioria das bolsas europeias opera no vermelho, após três pregões seguidos de alta, provavelmente ecoando o mau humor que tomou conta de Wall Street na sexta-feira com discursos de integrantes do Fed, após o fechamento das praças da Europa.
A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, disse que a política monetária dos EUA está em posição apropriada no momento, e que os dirigentes podem esperar por mais dados para decidir os próximos passos, reforçando a ideia de um ciclo menos agressivo de afrouxamento monetário. Mais cedo, no mesmo dia, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, foi na mesma direção, dizendo esperar dois cortes de juros este ano a partir do verão americano, entre junho e setembro. Há pouco, o CME Group apontava 74,9% de chances de os cortes dos juros nos EUA começarem em junho.
No Brasil, atenções se voltam ao Congresso
Sem NY, os ativos locais tendem também a mostrar menor liquidez e podem oscilar mais perto da estabilidade, em especial os juros futuros. Os curtos, no entanto, podem reagir ao IBC-Br, subiu 0,82% em dezembro, na comparação com novembro, e fechou 2023 com alta de 2,45%. Com a agenda doméstica de indicadores fraca, as atenções na semana ficam no exterior e também nas movimentações no Congresso.
O governo enfrenta o desafio de responder à sua própria base aliada sindical ao mesmo tempo que promete colocar as contas públicas em dia – com a meta de déficit zero neste ano. Em meio a esses desafio, os funcionários do Executivo federal pedem um reajuste de 22,71% a 34,32% de forma parcelada até 2026, com parte dos aumentos já em 2024. O governo ofereceu um reajuste salarial de 13%, parcelado para 2025 e 2026, o que foi recusado. Diante da falta de uma proposta firme do governo em relação à reivindicação de uma reformulação das carreiras da instituição já são 424 os servidores do Banco Central que entregaram seus cargos comissionados, o que representa 35% do total dessas funções. Chefes adjuntos e consultores tornam público que participarão da paralisação de 48 horas marcada para os dias 20 e 21 de fevereiro. O estado de greve dos servidores do BC já causa um apagão na cadeia de comando de setores cruciais para o funcionamento da autoridade monetária.
*Agência Estado