O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, o de Política Monetária, Gabriel Galípolo, ficam no foco desta sexta-feira, após Galípolo ter dito ontem que o mercado pode reagir positivamente se a meta de zerar o déficit nas contas primárias não mudar ou mudar menos do que se espera. O presidente Lula tem agenda no Rio de Janeiro, com inauguração do BRT Transbrasil e lançamento de um programa de patrocínios culturais da Petrobrás. No exterior, a integrante do Banco Central Europeu (BCE) Isabel Schnabel participa de eventos na Itália, e a presidente do BCE, Christine Lagarde, de reunião do Eurogrupo, em Bruxelas.
Exterior repercute comentários do Fed
Os futuros de Nova York operam com viés de baixa, após recordes de alta ontem das bolsas. Na Europa, o viés é de alta, também com pouca tração, após dados da Alemanha – PIB e índice Ifo de sentimento das empresas – dentro do esperado.
O mercado também repercute comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que reforçam a percepção de que o início do ciclo de cortes de juros ainda não está próximo. O diretor do Fed Christopher Waller afirmou que indicadores recentes da economia dos Estados Unidos reforçam a visão de que “não há pressa em começar a cortar os juros”.
Já o presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, disse que um corte de juros na reunião de maio é improvável, mas ainda está “na mesa”. E a diretora do Fed Lisa Cook afirmou que ainda precisa de mais confiança para votar pela redução dos juros. Segundo ela, os riscos altistas para a inflação têm entrado em um melhor equilíbrio, e é questão de tempo até que haja maior segurança no processo de desinflação sustentável.
No Brasil, mercado foca em balanço da Vale e discurso de Guillen
Os ativos domésticos podem ficar mais de lado nesta sexta-feira de agenda esvaziada aqui e no exterior, e viés negativo dos futuros de NY. O EWZ, maior fundo de índice de papéis do Brasil negociado em Nova York, subia 0,03% no pré-mercado perto das 7 horas. O Ibovespa, no entanto, deve encontrar um rumo a partir dos balanços corporativos, em especial o da Vale. Os ADRs da mineradora subiam 0,52% há pouco em NY.
Qualquer novidade vinda de Guillen, que fala pela manhã, também pode movimentar os negócios, em especial os juros, que também podem ficar sensíveis à alta dos rendimentos dos Treasuries. O investidor também repercute a reunião de Lula ontem à noite com representantes de 12 partidos e mais cinco ministros para tentar melhorar a relação com a Câmara e conseguir aprovação de projetos. “Ele disse que vai ter uma proximidade maior, vai dialogar mais, vai ser meio que uma rotina”, declarou o deputado Gervásio Maia, líder do PSB na Câmara. De acordo com o líder do PSB, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse ser importante a ampliação do diálogo com o governo.
*Agência Estado