Um acordo em torno da reoneração da folha de pagamentos ocupa o centro das atenções em dia também de pesquisa de volume de serviços. No exterior, os balanços do Goldman Sachs e Morgan Stanley ficam no radar, assim como o índice de atividade do Empire State, enquanto prossegue na Suíça o Fórum Econômico Mundial em Davos. Na China serão conhecidos no final da noite o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre, a produção industrial e vendas no varejo de dezembro. O primeiro-ministro da China, Li Qiang, disse há pouco, em Davos, que o PIB cresceu 5,2% em 2023.
Os investidores se mostram mais na defensiva nesta manhã e as bolsas internacionais recuam, enquanto o dólar sobe ante moedas fortes e emergentes. Na Europa, as bolsas pioraram após dados da região. O índice de preços ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da Alemanha subiu 3,7% em dezembro, de 3,2% de novembro, em linha com o esperado.
Ontem, dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) se mostraram cautelosos em relação a eventuais reduções de juros em 2024.
Já a taxa de desemprego do Reino Unido segue na mínima histórica de 4,2% no trimestre até novembro de 2023, mas o salário semanal médio desacelerou para avanço anual de 6,6% ante o ganho de 7,2% registrado no trimestre até outubro, aumentando as chances de eventual relaxamento monetário por parte do Banco da Inglaterra (BoE), o que derrubou a libra mais cedo.
No Brasil, foco em negociações sobre reoneração
O ambiente mais cauteloso lá fora deve contaminar o humor local. O EWZ, principal fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) brasileiro negociado em NY, caía 0,76% no pré-mercado às 7h, os ADRs da Vale perdiam 0,47%, mas os da Petrobras subiam 0,19% em meio ao avanço moderado do petróleo.
O dólar mais forte e avanço dos retornos dos Treasuries tendem a pressionar para cima os juros futuros e pesar no real.
Por aqui, o investidor olha o dado de serviços e também acompanha as negociações em torno da reoneração da folha de pagamento.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negociam uma transição para o fim da desoneração da folha de pagamentos que dê tempo de adaptação aos 17 setores hoje atendidos pelo programa. Ao deixar a reunião com Haddad e Pacheco, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que uma decisão sobre a MP só sairia na volta do recesso parlamentar.
A reoneração faz parte do esforço do governo em cumprir a meta de déficit zero em 2024. Um eventual estouro da meta pode tirar até R$ 16,2 bilhões do espaço fiscal do governo Lula em 2026, ano de disputa presidencial na qual o petista deve tentar a reeleição.
*Agência Estado