A ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) da última reunião de política monetária de 2023 e indicadores de emprego e de atividade dos Estados Unidos são os destaques do exterior nesta quarta-feira. No Brasil, serão divulgados os dados do setor externo de novembro.
Exterior aguarda ata do FOMC
Sem muito apetite a risco, os investidores estão em compasso de espera pela divulgação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) para ajustar suas apostas em relação a quando se iniciará o corte dos juros americanos. Na última reunião de política monetária, membros do Fed debateram sobre um começo da queda das taxas, mas há dúvida sobre o ritmo e o período em que o processo se dará.
Além disso, o relatório de emprego Jolts e o PMI industrial ISM também poderão ajudar neste sentido. Por ora, a chance de o Fed manter sua taxa básica inalterada ao fim deste primeiro trimestre segue avançando e é de 89,1%, conforme o monitoramento do CME Group. Já a hipótese de um corte de juros é de 10,9%.
Os índices futuros de ações em Nova York caem levemente e a maioria das bolsas europeias cede com um pouco mais de ímpeto. Apesar do tom negativo, algumas ações europeias driblavam o mau humor. Em Copenhague, a Maersk saltava mais de 5%, após a gigante do transporte marítimo dinamarquesa anunciar que vai pausar operações no Mar Vermelho em meio a preocupações com segurança. Os rendimentos dos Treasuries avançam, enquanto o dólar cai ante a libra e o euro. O petróleo também cede.
A cautela nos mercados internacionais deve contaminar os ativos brasileiros, que ainda se deparam com as rusgas entre os Poderes Legislativo e Executivo após o presidente Lula barrar a ação do Congresso para ditar a liberação de emendas. Neste cenário, o Ibovespa pode dar continuidade à realização de lucros iniciada ontem, quando caiu 1,11%, aos 132.696,63 pontos.
Nesta manhã, o principal fundo de índice (ETF) brasileiro, o EWZ cedia 0,79% no pré-mercado de Nova York, bem como os ADRs da Vale. Em contrapartida, os ADRs de bancos como o Bradesco e os da Petrobrás subiam levemente. Já o real pode se valorizar, dada a queda do dólar, apesar da expectativa de alta dos juros futuros diante do avanço dos rendimentos dos Treasuries e em dia de divulgação de dados do setor externo.
*Agência Estado