“Uma das formas de fazer inclusão social é pela democratização do mercado de capitais”, afirmou João Pedro Nascimento, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), durante o AGF Day nesta quarta-feira (30). E uma das ferramentas para essa democratização é o open capital markets, defende ele. Esse é um movimento que vem ganhando força na autarquia ao longo deste ano.
Segundo Nascimento, o Brasil teve, em primeiro lugar, o open banking, “um trabalho consistente liderado pelo Banco Central”, diz ele. Ao aumentar a tecnologia nesse mercado, como com o Pix, o País alcançou um recorde de bancarização da população. Hoje mais de 84% dos brasileiros têm contas em banco.
O open banking foi ampliado para o open finance, e o próximo passo é o open capital markets. “Em 2024, a CVM começou a fazer entregas do open capital markets, que é inserir o mercado de capitais ao trilho do open finance”, disse. Uma das principais bandeiras dessa expansão é a maior facilidade na transferência de custódia de ativos de uma corretora para outra. “Isso é empoderar as pessoas”, diz Nascimento.
Hoje, explicou o presidente da CVM, para fazer a transferência, o investidor precisa entrar em contato com a corretora onde estão os ativos atualmente e pedir a portabilidade para a nova corretora. O objetivo é facilitar esse processo, para que fique tão simples como um Pix.
Com isso, Nascimento espera dar maior poder aos investidores do varejo. “É olhar para o mercado de capitais mirando crescimento da representatividade dos investidores de varejo”, disse. “Nosso objetivo é simplificar, democratizar e ajudar o mercado de capitais a crescer”.
Outro objetivo, que caminha lado a lado com a inclusão de novos investidores, é ampliar o acesso de mais emissores ao mercado de capitais. “Daqui a 5 anos, a quantidade de companhias abertas no brasil será significativamente maior”, disse Nascimento. A CVM, diz ele, tem trabalhado para que companhias de menor porte possam acessar o mercado. “Propomos descontos regulatórios, regras mais flexíveis para as empresas que ainda estão criando as capacidades de cumprir [a regulação]”.
“Eu queria que mercado de capitais fosse capaz no Brasil de cumprir sua missão que é aproximar o tomador do poupador, o emissor que precisa de recursos para colocar na economia real e o investidor que tem esses recursos”, afirmou.
Nascimento, por fim, destacou a necessidade de levar educação aos novos investidores. “Não adianta simplesmente incluir novas pessoas sem prepara-las para esse novo ambiente”, disse.
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