domingo, 13 de abril de 2025
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“O Brasil é um país viciado em gasto público”, diz Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual 

“O Brasil é um país viciado em gasto público”, diz Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual 

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O cenário macroeconômico global para 2025 é classificado como incerto por grande parte dos especialistas. E esse prognóstico não é diferente para o Brasil, pelo menos na visão de Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual, que vê um ano difícil para a economia, com um crescimento menor e altas taxa de juros. 

Essa incerteza, de acordo com Almeida, acontece principalmente pela política econômica e fiscal do governo, que tem como consequência as altas de inflação e da Selic, e gera uma desconfiança do mercado.  

“O que temos é um problema de falta de confiança na política econômica. O governo apresentou uma política fiscal que agradou o mercado no começo de 2023, mas em menos de dois anos deu sinais que não ia cumprir com o prometido. Assim como o crescimento dos gastos obrigatórios foram aumentando a mais do que o limite que o próprio governo definiu”, disse em painel do BTG Summit 2025

Para ele, a confiança pode retornar se o governo der sinais claros e comprometimento com acelerar as melhoras na questão fiscal. Mas, que “esse não é o cenário base de ninguém”.   

“Nós estamos falando de um país que é viciado em gasto público. Desde 1995 até 2015, o crescimento médio real do gasto público foi de 6%, e como o PIB não crescia no mesmo nível, houve um grande aumento de carga tributária, que é cerca de 10 p.p. a mais do que a média da américa latina. E mesmo com a carga tributária alta, as contas ainda estão no vermelho”, ressaltou o economista-chefe do BTG Pactual. 

Desaceleração econômica em 2025 

Para 2025, Mansueto Almeida destaca que haverá uma desaceleração da atividade econômica, que já está sendo apresentada nos dados, mas que ela é necessária para controlar a inflação.  

“A demanda segue aquecida, mesmo com uma desaceleração mostrada em novembro e setembro. Paralelo a isso, se viu um processo de desancoragem de expectativa, porque não há confiança no trabalho”, afirmou. 

O que se espera, segundo ele, é que após o primeiro trimestre o PIB não cresça, mas fique parado em um nível alto. Mas, alerta que não se trata de um ambiente de recessão no horizonte. 

“O fato de crescer menos nesse e no próximo ano, não quer dizer que o Brasil está em recessão. Nos últimos anos o País mudou marcos regulatórios e caminha bem. O que estamos passando é de incerteza e inflação alta, mas é bem diferente de 2015 e 2016, em que tínhamos sérios problemas setoriais”, destacou. 

Impacto nos investimentos do Brasil 

Almeida ainda apontou que o cenário obriga uma atenção maior aos investimentos, já que com a taxa Selic em viés de alta, os juros reais (diferença entre Selic e inflação) estão cada vez mais esticados. 

“Os juros que vemos nos títulos NTN-B, do Tesouro Direto, é insustentável, não é de equilíbrio. Isso leva a dois caminhos: um ajuste fiscal que faz com que o juro real caia, ou um aumento de inflação alto que mude o juro”, ressaltou. 

Já sobre a precificação de ativos, ele vê que essas muitas questões geraram um cenário em que quem investe pensando no longo prazo, vê o Brasil estando muito barato. “Mas, para quem investe no curto prazo ainda é difícil ter um fluxo grande pela volatilidade grande”. 

Câmbio 

Em relação ao câmbio, as várias incertezas, principalmente no final de 2024, com ruídos e declarações, levaram, de acordo com o Economista-chefe, a uma onda de pessimismo entre os agentes de mercado, que levou a desvalorização histórica do real ante o dólar. 

Ele ainda vê que o nível do medo tenha sido um pouco exagerado, já que as contas externas e a balança comercial do Brasil mostram resultados sólidos. Porém, afirma que é difícil prever “para onde vai” o dólar até o fim do ano. 

“Ninguém tem a mínima ideia para onde vai a taxa de câmbio no Brasil, vai depender muito dos sinais do Governo e da confiança que ele precisa passar para o mercado. Não é difícil consertar o Brasil e melhoras os preços de ativos, é mostrar as medidas adequadas e que está comprometido com elas. Hoje falta essa mensagem”, completou. 

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Fonte: B3 – Bora Investir

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