A rentabilidade dos investimentos é fator chave na hora de tomar uma decisão. O investidor pode ouvir no rádio, na corretora ou ver nas redes sociais anúncios de investimentos com rendimento de 100% ou 120% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário). O CDI é uma taxa que funciona, entre outras coisas, como referência para investimentos em renda fixa.

Na prática, o CDI é usado entre instituições financeiras, que fazem empréstimos entre si para encerrar o expediente com dinheiro em caixa, uma exigência do Banco Central. Esses juros, por sua vez, são calculados pela taxa DI.

Quanto está o CDI?

Atualmente, o CDI está 0,10 ponto percentual abaixo da Selic, a taxa básica de juros, que está em 14,25% ao ano. A relação entre as duas taxas é bastante próxima, uma acompanha a outra, conforme explica Victor Furtado, líder de alocação da W1 Capital.

“Se nossa Selic está 13%, o CDI será 12,90%. Se a Selic for 15% ao ano, o CDI será de 14,90%. Sempre 0,10 ponto percentual abaixo da Selic. Então, toda vez que tiver um investimento em que o benchmark tem relação com CDI, geralmente usam como métrica o CDI.”

Como saber se meu investimento tem bom desempenho?

O CDI pode servir como uma referência para responder a essa pergunta. Isso porque como ele acompanha muito de perto a Selic, ele pode ser entendido como referência do rendimento de um investimento de menor risco, já que o Tesouro Direto (entendido como o menor risco da economia) tem títulos atrelados à Selic, o Tesouro Selic. Ou seja, para assumir mais risco de investir em outras classes de ativos, os investidores esperam uma rentabilidade acima do Tesouro Selic.

O que significa uma rentabilidade referenciada no CDI?

É muito comum encontrar títulos de renda fixa que têm o CDI como referência e pagam algo como 90% do CDI ou 120% do CDI. Furtado ressalta que não há segredos nessa conta. “O investimento render 100% do CDI significa que ele está rodando exatamente a Selic menos 0.10 ponto percentual. Não tem muito segredo. É justamente o rendimento abaixo ou acima ou exatamente no CDI.”

Quais títulos podem ser atrelados ao CDI?

LCI e LCA

A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) tem como destino de investimento os empreendimentos imobiliários. Já a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) destina-se ao setor do agronegócio. As duas são emitidas por bancos e podem estar atreladas ao indexador do CDI. Um detalhe importante é que as LCIs e LCAs contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), para investimentos de até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.

CRI e CRA

Os rendimentos dos Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), assim como LCI e LCA, são isentos do IR para pessoas físicas. Eles são emitidos por securitizadoras e têm como lastro valores que uma empresa tem a receber no futuro pela venda dos seus produtos e serviços. Os CRIs e CRAs não são garantidos pelo FGC.

Debênture 

Uma debênture é uma dívida emitida por uma empresa. As debêntures pós-fixadas podem ser referenciadas na taxa DI. As debêntures também não são garantidas pelo FGC. 

CDB

O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é emitido por bancos quando as instituições necessitam de recursos. Diferente do título de CDI, que é somente usado por bancos privados e não é aberto aos investidores, os CDBs estão disponíveis para pessoas físicas.

Fundos DI

Esse tipo de fundo aplica recursos em títulos atrelados ao CDI ou à Selic. Ao menos 95% dos investimentos desses fundos precisam estar nesses produtos, o que inclui títulos públicos e privados, mas todos de baixo risco.

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