No último domingo, 07, aconteceu na França o segundo turno das eleições legislativas do país. Após a vitória da extrema direita na primeira rodada das votações, o Ministério do Interior da França divulgou os dados definitivos da apuração e confirmou a vitória considerada surpreendente da coalizão de esquerda, Nova Frente Popular (NFP).
Com o primeiro lugar, a NFP assegurou 182 assentos da Assembleia Nacional, seguido pela coalizão centrista do presidente Emmanuel Macron, Juntos, com 168 cadeiras. A extrema direita, representada pela Reunião Nacional e aliados, ficou com 143 assentos.
Segundo o levantamento do jornal Le Monde, com base nos dados do ministério, os Republicanos terão 45 assentos, outros partidos de direita, 15, outras legendas de esquerda, 13, outros de centro, seis, regionalistas, quatro, e “diversos”, um.
Com isso, nenhum partido ou aliança conseguiu maioria absoluta para governar sozinho. São 577 assentos no total.
Qual o impacto do resultado das eleições na França
Segundo analistas, embora a derrota do partido de extrema direita de Marine Pen seja um alívio para os investidores, o resultado das eleições aponta para uma dificuldade de formar um novo governo.
Isso porque um Parlamento sem maioria gera novas incertezas sobre os mercados e prepara o cenário para mais volatilidade. Com isso, as bolsas europeias abriram em baixa nesta segunda-feira, 8.
Às 4h09 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,27% e a de Paris recuava 0,38%, enquanto a de Frankfurt se mantinha estável. Já as de Milão, Madri e Lisboa tinham perdas de 0,06%, 0,27% e 0,34%, respectivamente.
Segundo relatório do Commerzbank, com a necessidade de alianças para formar maioria, uma liderança de esquerda conseguirá implementar apenas algumas de suas promessas, mas, ainda assim, é esperado que o já elevado déficit do país aumente.
Para o banco alemão, como nenhum bloco chega perto de alcançar a maioria (289 assentos), a estabilidade da Nova Frente Popular é questionável. O primeiro-ministro indicado pelos partidos dependerá “da tolerância do campo de Macron e talvez até dos Republicanos (LR), que poderiam derrubá-lo a qualquer momento junto com o RN em uma moção de desconfiança.”
Este é um dispositivo da constituição francesa que permite o parlamento questionar o ocupante do cargo.
*Com informações da Agência Estado
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