O destaque da agenda desta quinta-feira, primeira sessão de agosto, é a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE), um dia após os desfechos do Federal Reserve (Fed), Banco do Japão (BoJ) e o Banco Central do Brasil. Nos Estados Unidos, nesta véspera de relatório de emprego, o payroll, as atenções ficam nos pedidos de auxílio-desemprego e o índice de gerentes de compras (PMIs) do setor industrial. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) tem reunião ministerial. No Brasil, também tem PMI industrial. Entre os balanços, são esperados os da Amazon, Apple, Intel e Cielo.
Exterior
Os sinais são mistos nas bolsas internacionais em meio a PMIs e balanços um dia após o Fed e antes da decisão do BC inglês. O Fed manteve os juros básicos inalterados pela oitava vez seguida, mas sinalizar que poderá anunciar um primeiro corte das taxas em setembro. Já o BC da Inglaterra (BoE) poderá anunciar logo mais o primeiro corte de juros desde o começo da pandemia de covid-19. Em NY, o Nasdaq futuro sobe após o balanço de ontem da Meta, que agradou os investidores, e saltavam 7,14% por volta das 7h.
Na Europa, o PMI industrial da zona do euro se manteve em 45,8 em julho e ficou acima da prévia. O da Alemanha caiu a 43,2 em julho, mas superou a prévia e o do Reino Unido subiu a 52,1 e também superou a prévia. Com exceção do Reino Unido, os demais estão abaixo de 50 e mostram ainda contração da atividade, como é o caso do PMI industrial da China, que recuou para 49,8, indicando contração após nove meses.
As ações de financeiras na Europa são pressionadas após o balanço trimestral do Société Générale, que tombavam há pouco mais de 7% em Paris. No setor automotivo, os papéis da montadora alemã Volkswagen perdiam 1,45% após decepção com os números trimestrais. As ações da Shell subiam 1,46% em Londres após lucro menor, mas acima do previsto. Os papéis da AB InBev, maior cervejaria do mundo, subiam 0,58% na Bolsa de Bruxelas após anunciar aumento de lucro e receita no 2º trimestre.
Brasil
O dia pode ser de inclinação da curva de juros, precificando alguma chance de aperto monetário nas próximas reuniões, com a repercussão da reunião do Copom, que resultou em Selic estável em 10,50%. O dólar, que opera misto no exterior, pode ficar mais volátil, com tendência de alta, enquanto o Ibovespa ecoa balanços e pode ser influenciado ainda pelo tom positivo em NY e alta do petróleo, mas o EWZ, principal fundo de índice (ETF) do Brasil negociado em Wall Street, caía 0,22% há pouco no pré-mercado, indicando que o pregão pode refletir uma posição mais cautelosa.
Antes da decisão do Copom, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a cobrar a redução da taxa de juros. “Hoje, temos o menor nível de desemprego, a inflação está controlada, só falta a gente reduzir a taxa de juros, que não depende só do governo, mas que a gente vai conseguir também”, declarou, em evento de anúncios de obras em Mato Grosso.
*Agência Estado