segunda-feira, 19 de maio de 2025
Search

Políticos e entidades criticam manutenção de juros básicos

 Copom decide nesta quarta corte dos juros básicos da economia

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de interromper o ciclo de cortes da taxa Selic, juros básicos da economia, recebeu críticas de políticos e do setor produtivo. Na avaliação deles, a manutenção dos juros em 10,5% ao ano prejudica a recuperação da economia.

Em postagem na rede social X (antigo Twitter), a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffman (PR), classificou de injustificada a decisão do Copom. “Não há justificativa técnica, econômica e muito menos moral para manter a taxa básica de juros em 10,5% [ao ano], quando nem as mais exageradas especulações colocam em risco a banda da meta de inflação. E não será fazendo o jogo do mercado e dos especuladores que a direção do BC vai conquistar credibilidade, nem hoje, nem nunca”, criticou a parlamentar.

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão do Copom foi inadequada e excessivamente conservadora. Na terça-feira (18), a CNI tinha pedido que o BC continuasse a cortar os juros básicos da economia. Segundo a entidade, a decisão só vai impor restrições adicionais à atividade econômica, com reflexos negativos sobre o emprego e a renda, sem que o quadro inflacionário exija tamanho sacrifício.

“A manutenção do ritmo de corte na Selic seria o correto, pois contribuiria para mitigar o custo financeiro suportado pelas empresas e pelos consumidores, sem prejudicar o controle da inflação”, defendeu, em comunicado, o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Em nota, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) diz que a manutenção da taxa básica de juros pelo Copom em patamares elevados reflete uma postura cautelosa diante da inflação, que está em patamar baixo para o padrão brasileiro.

Segundo a Abimaq, o atual nível de juros gera preocupações significativas sobre os efeitos adversos no crescimento econômico. Com a Selic permanecendo alta, o custo do crédito continua a pressionar negativamente o setor produtivo, desestimulando investimentos essenciais para o desenvolvimento sustentável do país. Essa política, acaba por restringir a capacidade de recuperação econômica, prejudicando a criação de empregos e a competitividade das empresas brasileiras”, acrescenta a associação.

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) informou que parte do mercado aguardava a manutenção da taxa, mas advertiu para os efeitos dos juros altos sobre o nível de atividade doméstica.

“Já era uma decisão aguardada pelo mercado, porém, o que estamos observando é que ela pode produzir um efeito negativo, especialmente sobre o consumo das famílias, tendo em vista que nós atualmente temos uma das maiores taxas reais de juros do mundo. Nossa preocupação é que a manutenção da taxa Selic em 10,5% ao ano, interrompendo o ciclo de queda, possa prejudicar tanto o investimento, quanto o consumo das famílias”, advertiu o economista-chefe da Apas, Felipe Queiroz.

A decisão do Copom preocupa a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em linha com os demais setores produtivos do país, a instituição diz que que “este é um movimento equivocado, já que ainda haveria espaço para uma redução de 0,25 pontos nesta reunião”.

A estabilização da Selic gera um cenário de menor atratividade para o crédito e, consequentemente, para o setor de comércio e serviços, pois a tendência é que as famílias diminuam seu ritmo de consumo. Além disso, “o freio na queda da Selic ocasiona prejuízos no setor do comércio com o encarecimento do financiamento para as empresas, o que dificulta o desenvolvimento do país como um todo”, avalia a CNC.

Centrais sindicais

A manutenção dos juros básicos também recebeu críticas das centrais sindicais. Para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a medida boicota a economia e aprofunda a carga pesada de juros sobre o governo e a população.

“Usar o argumento de se preparar para expectativas futuras de inflação maior é uma falácia. A manutenção da Selic alta é proibitiva ao crescimento econômico e apenas reafirma que o órgão é suscetível às pressões do mercado financeiro e, assim, desvia das responsabilidades para com o país”, destacou a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidente da CUT, Juvandia Moreira. Ela ressaltou que a inflação está sob controle, e as justificativas do Copom são falhas e prejudicam diretamente o aumento do nível de empregos, uma das obrigações do BC.

A Força Sindical classificou a decisão de “desastrosa”. Em nota, o presidente da entidade, Miguel Torres, disse que o Banco Central frustra os trabalhadores e se curva aos especuladores, beneficiando os rentistas.

“Juros altos sangram o país e inviabilizam o desenvolvimento, restringindo o enorme potencial de crescimento do Brasil, bem como os investimentos em educação, saúde e infraestrutura, entre outros. Enquanto isso, os banqueiros lucraram R$ 26 bilhões só no último trimestre. Baixar os juros é fundamental para a retomada do crescimento sustentável, com a inclusão do povo trabalhador na economia para além da mera subsistência”, destacou Torres.

*Texto ampliado às 20h17 para incluir posicionamento da CNC
*Colaborou Douglas Corrêa, do Rio de Janeiro



Fonte: Agência Brasil

Gostou? Compartilhe com um Amigo!

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Siga nossas Redes Sociais

Google_News_icon
Google News

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem viu esse, também viu estes

Turismo no Rio de Janeiro movimentou R$ 2,35 bilhões

Turismo no Rio de Janeiro movimentou R$ 2,35 bilhões

Intenção de consumo das famílias cai 0,5% em fevereiro, aponta CNC

Intenção de consumo das famílias cai 0,5% em fevereiro, aponta CNC

Juros médios dos bancos seguem em queda para 43,5% ao ano

Juros médios dos bancos seguem em queda para 43,5% ao ano

Haddad diz que é preciso insistir em acordo Mercosul-União Europeia

Haddad diz que é preciso insistir em acordo Mercosul-União Europeia

Déficit nas contas externas até julho atinge maior nível em 5 anos

Déficit nas contas externas até julho atinge maior nível em 5 anos

Receita Federal envia e-mail? Entenda novo golpe e saiba se proteger

Receita Federal envia e-mail? Entenda novo golpe e saiba se proteger

Vendas da indústria de máquinas têm queda de 16,5% em setembro

Vendas da indústria de máquinas têm queda de 16,5% em setembro

Brasil quita dívidas de R$ 3,8 bilhões com organismos internacionais

Brasil quita dívidas de R$ 3,8 bilhões com organismos internacionais

IGP-M acumula inflação de 8,50% em 12 meses

IGP-M acumula inflação de 8,50% em 12 meses

Votação de ajuda financeira do ICMS continua sem previsão, diz Haddad

Votação de ajuda financeira do ICMS continua sem previsão, diz Haddad

Ibovespa fecha 2023 com valorização de mais de 20%

Ibovespa fecha 2023 com valorização de mais de 20%

Haddad promete negociar texto de MP do PIS/Cofins com Congresso

Haddad promete negociar texto de MP do PIS/Cofins com Congresso

Ibovespa fecha em queda de 0,79%, mas mantém os 127 mil pontos; dólar sobe a R$ 4,97

Ibovespa fecha em queda de 0,79%, mas mantém os 127 mil pontos; dólar sobe a R$ 4,97

Confira o calendário de balanços das empresas listadas na B3

Confira o calendário de balanços das empresas listadas na B3

Dieese: preço da cesta básica diminuiu em 15 capitais em 12 meses

Dieese: preço da cesta básica diminuiu em 15 capitais em 12 meses

balanços internacionais e eleições americanas no radar

balanços internacionais e eleições americanas no radar