A inclusão financeira é um dos principais desafios para superar o endividamento no País. O acesso ao crédito e a democratização dos serviços financeiros, como o sucesso do Pix, são a chave para contornar esse problema que atinge a maioria da população brasileira. É o que afirma o CEO da Dock, Antonio Soares, durante o painel “Inclusão financeira para a base da pirâmide” na 34ª edição da Febraban Tech deste ano.
“Precisamos criar mais inclusão financeira. A inclusão bancária sozinha não é inclusão. O desafio está no crédito. Como levamos isso [aos clientes]?”, questiona.
Isso não é apenas para as pessoas físicas. No Brasil, ele destaca, os MEIs têm dificuldade em acessar crédito e até em conseguir empréstimos por instituições financeiras, sobretudo as mulheres empreendedoras.
Segundo Soares, a inclusão financeira perpassa seis dos 17 objetivos de desenvolvimento humano da Organização das Nações Unidas (ONU) e, portanto, precisa ser levada em consideração.
Desafios
Uma das principais ferramentas que possibilitou a democratização do acesso aos serviços financeiros foi o Pix, de acordo com Soares. “O Pix trouxe outra relação de tratar o dinheiro, ainda mais na base da pirâmide. Nos pequenos e médios empreendedores. Dinheiro no tempo tem custo. O parcelado no cartão demorava, já o Pix não tem o mesmo processo”, afirma.
Segundo ele, o Pix ajudou as pessoas a entenderem melhor o valor do dinheiro, principalmente para os empreendedores.
“Hoje, 15 milhões de estabelecimentos aceitam cartão, e 25 milhões de estabelecimentos que aceitam Pix. São pequenos e médios negócios. Quando falamos de Brasil, o dinheiro físico ainda é uma realidade”, destaca.
Mais inclusão
Conforme Soares, a bancarização não significa inclusão financeira. O acesso ao crédito precede educação financeira, o que traz autonomia e maior controle sobre as finanças pessoais. É justamente esse ponto que falta ser ampliado no País.
“A gente precisa, de fato, de uma visão de como usar crédito com mais responsabilidade. Nosso sistema financeiro é robusto, mas concentrado”, ressalta.
Isso também atinge os microempreendedores em diferentes escalas. Conforme uma pesquisa do Sebrae, 37% dos brasileiros apontam que o acesso ao crédito está mais difícil. Apenas três em cada 10 conseguem empréstimos para pequenos negócios. Para as mulheres, esse desafio se torna ainda maior.
“Apenas 6% das empreendedoras mulheres contaram com auxílio de instituições financeiras para abrir seus negócios. Elas praticamente puxam o empreendedorismo no País.” “Isso [a inclusão financeira] pode mudar a economia do nosso país e das pessoas”, conclui.
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