A desestatização da Sabesp foi concluída nesta terça-feira, 23/7, com a movimentação de R$ 14,7 bilhões. Esta foi a maior operação no Brasil desde a privatização da Eletrobras, em junho de 2022, que movimentou R$ 34 bilhões. Foi também a terceira maior oferta púbica de ações do mundo em 2024, atrás apenas da petrolífera Saudi Aramco e do grupo de luxo Puig.

“[Fala-se] de despoluição do Tietê. Mas não é só o Tietê. É o saneamento, disponibilidade hídrica. Alcance a pessoas que não têm o mais básico, de ter água na torneira e esgoto”, afirmou o Governador do estado de SP, Tarcísio de Freitas durante o evento na B3. “Superação da pobreza está no alcance a direitos sociais, e saneamento é um deles. Quantas externalidades serão geradas? É incalculável”, disse.

“A transformação da Sabesp não começa agora, começou em 2023. Estruturação já estava em curso. Nossos sócios encontram uma companhia diferente, mas que tem o mais importante: qualidade das pessoas”, disse o governador.

Após a operação, a Equatorial, novo investidor estratégico, fica com 15% do capital da Sabesp. O governo de SP fica com 18%, e o mercado responde por 67% do capital da empresa de saneamento. A demanda pelas ações da companhia foi 13 vezes a atual. Do total, as pessoas físicas ficaram com R$ 1,5 bilhão da oferta global. Ao todo, 17,9 mil CPFs participaram da operação.

A perspectiva é de que a desestatização resulte em um programa de investimento de R$ 69 bilhões até 2029 e de R$ 260 bilhões até 2060.

“Essa é uma das principais operações no mercado de capitais nos últimos anos, e mostra que o mercado de capitais é importante fonte de captação de recursos para empresas”, afirmou Viviane Basso, vice-presidente de operações da B3. “O follow on da Sabesp mostra que o mercado de capitais brasileiro não está parado”. De acordo com ela, a operação trará impactos positivos e importantes para milhões de brasileiros. Basso lembrou ainda que a Sabesp é a primeira empresa brasileira a receber o certificado B3 de ações verdes.

Segundo Augusto Miranda, CEO do Grupo Equatorial, investidor estratégico da Sabesp, a empresa traz para a operação a “ampla experiência em operações de infraestrutura”. Miranda destacou também a “experiência da Equatorial em concessões de alta complexidade e com o desafio de melhorar indicadores de qualidade”.

André Salcedo, diretor-presidente da Sabesp, destacou o caráter sustentável e social dos investimentos em saneamento. “Tudo o que nós fazemos gera impacto tremendo na vida das pessoas. Quando a gente faz investimento, leva saneamento para população que não tem”, disse.

Salcedo falou também sobre as metas ambiciosas de investimento e universalização de saneamento no estado de São Paulo até 2029.

“Vamos ser a maior empresa de saneamento do mundo”, afirmou a Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Governo de São Paulo, Natália Resende. “Além dos R$ 15 bi, de ser a maior operação de saneamento da história, além dos números que são recordes, essa é mais do que uma oferta de ações, é prestar um serviço de qualidade cada vez mais. Levar Sabesp para Brasil, para América Latina, para o mundo”.

Confira o evento de follow on da Sabesp:

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