quinta-feira, 21 de novembro de 2024
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Quais as diferenças entre renda fixa e variável?

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Renda fixa ou variável: como escolher?

Identifique seu perfil de investimento:

Além de conhecer as diferenças, o investidor deve saber qual é o seu perfil de investimento, quais são suas expectativas e os riscos que está disposto a correr. Deve-se notar, ainda, que escolher um tipo de renda não exclui a outra, pois o conjunto de investimentos pode abrigar os dois, em quantidades que sejam adequadas para cada perfil.

Arthur Vieira de Moraes, consultor financeiro e professor da B3 Educação, diz que investimentos em renda fixa são adequados para conservar valor. “Eles são adequados para qualquer pessoa. Afinal, todos temos algo a conservar. A inclusão de renda variável em um portfólio depende do perfil de cada investidor.”

O perfil do investidor deve levar em consideração questões como idade, renda e gastos cotidianos. “Alguém já aposentado ou bem próximo da aposentadoria tende a se interessar muito mais por conservar o patrimônio construído do que arriscar parte dele em busca de ganhos mais elevados. É o típico perfil conservador”, afirma Moraes. “Provavelmente alguém com esse perfil vai ter a maior parte dos investimentos em títulos de renda fixa. Talvez até tudo em renda fixa.”

Já alguém com bastante tempo pela frente e poucas obrigações financeiras pode arriscar mais do seu patrimônio em busca de multiplicá-lo – porque terá tempo para recuperar eventuais perdas. “Esse perfil pode ser arrojado, ter a maior parte dos investimentos em renda variável. Sem esquecer de conservar uma parte, no mínimo uma reserva de emergência”, explica o consultor da B3.

Perfis conservador e arrojado representam dois extremos de um mesmo espectro, mas ainda há aqueles intermediários. “Uma pessoa que tenha dependentes, muitas contas para pagar, mas que também ainda tem mais uns 15 a 20 anos até a aposentadoria está no meio do caminho: nem totalmente conservador nem tão arrojado. Pode ter um portfólio em que a maior parte seja composta por renda fixa, mas ainda assim com espaço razoável para renda variável. Este é o perfil moderado.”

Identifique seu cenário econômico:

Além do perfil do investidor, há questões econômicas que tornam mais propício escolher este ou aquele tipo de renda. O senso comum diz que juros baixos favorecem investimentos em renda variável, e juros altos, em renda fixa. Mas há outros fatores, explica Moraes, ligados a incertezas (riscos) e objetivos de investimento.

“Em momentos de maior incerteza, por motivos econômicos, políticos ou geopolíticos, é mais provável que os investidores prefiram investir em renda fixa. Se não se consegue medir razoavelmente o quanto se espera ganhar com a renda variável, como saber se vale a pena assumir tal risco? Então, enquanto esperam por condições menos incertas, investidores preferem a renda fixa.”

Analise os prazos e riscos:

O prazo também é um fator relevante na decisão. “Sempre que um investidor tiver destinação de curto prazo para o dinheiro que pretende investir, não faz sentido assumir riscos na renda variável. Por exemplo: alguém que tenha que pagar uma parcela intermediária de financiamento do imóvel, e já tenha hoje boa parte do dinheiro necessário, não deveria investir esse dinheiro, digamos ‘carimbado’ para pagar essa obrigação, em renda variável.”

Já o risco de liquidez se aplica às situações em que não é possível resgatar um investimento no momento desejado ou vendê-lo por falta de interessados. “Quando existem regras claras sobre resgate é fácil identificar o risco. Se o resgate é simples e em curto período (no mesmo dia ou no dia seguinte), o risco de liquidez é baixo. Se a regra pede um período maior para o resgate, o risco é alto.

Além disso, existem investimentos que não permitem resgates e que precisam ser vendidos por quem deseja transformá-los em dinheiro. São casos como debêntures, CRI, CRA, ações, fundos imobiliários, entre outros. Nesses casos, é preciso se informar sobre cada título para saber se a liquidez é alta ou baixa”, aconselha Moraes.

O risco de mercado, por sua vez, vem das oscilações de preços dos ativos, é o risco de precisar vender um ativo abaixo do preço pelo qual comprou, ou seja, vender com prejuízo. Está presente em qualquer tipo de investimento, não importa se de renda fixa ou variável.

Na renda fixa esse risco é bem reduzido quando o investimento é pós-fixado (como Tesouro Selic e títulos atrelados ao CDI) e fica maior quando o título for todo ou em parte prefixado, por exemplo, o Tesouro Prefixado. Já o Tesouro IPCA é parte prefixado. Quanto maior o prazo até o vencimento de um título prefixado (parte ou todo), maior será o nível de oscilação de preços e, portanto, maior o risco de mercado.

Em investimentos de renda variável não há um padrão, é preciso fazer estudos com base em dados históricos para conhecer o nível de volatilidade esperado de cada investimento. De maneira geral, espera-se que tenham volatilidade maior do que os títulos de renda fixa.

É bom lembrar que não existe nenhum investimento livre de riscos, assim como não há problema em assumir riscos ao investir, desde que esteja de acordo com o perfil, com a estratégia e que os riscos tragam uma possibilidade de retorno maior.

“Um título de renda fixa que tenha carência ou prazo longo para resgate deve, por exemplo, oferecer retorno maior do que o de um título que possa ser resgatado a qualquer momento (risco de liquidez). E investimentos em renda variável devem ser feitos quando a expectativa de ganhos for maior do que a de investir em títulos de renda fixa.”

Para conhecer mais sobre finanças pessoais e investimentos, confira os conteúdos gratuitos na Plataforma de Cursos da B3. Se já é investidor e quer analisar todos os seus investimentos, gratuitamente, em um só lugar, acesse a Área do Investidor.



Fonte: B3 – Bora Investir

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