A economia dos Estados Unidos criou 175 mil empregos em abril, em termos líquidos, segundo relatório publicado hoje pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado ficou abaixo da mediana das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 225 mil postos de trabalho, e perto do piso das estimativas, que variavam de 150 mil a 275 mil vagas.
Após a publicação, o mercado consolidou apostas em um corte de juros nos EUA pelo Federal Reserve (Fed) em setembro, e passou a ver chances maiores de um relaxamento monetário mais profundo neste ano.
O relatório, conhecido como payroll, mostrou também que a taxa de desemprego dos EUA aumentou para 3,9% em abril, ante 3,8% em março. A previsão era de que a taxa permaneceria em 3,8% no mês passado.
O Departamento do Trabalho também revisou para cima o número de criação de empregos de março, de 303 mil para 315 mil, mas ajustou para baixo o de fevereiro, de 270 mil para 236 mil.
Em abril, o salário médio por hora teve alta de 0,20% em relação a março, ou US$ 0,07, a US$ 34,75, variação que ficou abaixo da projeção do mercado, de 0,30%. Na comparação anual, houve ganho salarial de 3,92% no último mês, inferior à previsão de 4%.
Analistas veem mercado de trabalho menos apertado
Segundo a Capital Economics, o relatório foi “mais fraco” em vários de seus componentes, com desaceleração na geração de vagas, alta no desemprego e perda de fôlego no crescimento salarial. “Em resumo, não descartem cortes de juros em todo este ano”, afirma ela, em comentário a clientes.
Já a High Frequency Economics destaca o fato de que a geração de vagas em abril ficou no ritmo mais fraco desde outubro de 2023. Além disso, nota a perda de fôlego dos salários, com avanço anual abaixo de 4% pela primeira vez desde 2021. A consultoria avalia que os dados atuais “apoiam a visão de que cortes nos juros – e não altas – são o cenário-base para o Fed neste ano”.
Para o André Cordeiro, economista-sênior do Inter, “o resultado do Payroll de hoje indica um enfraquecimento na margem do mercado de trabalho, mas ainda indica um mercado apertado”, afirmou, em nota. “Por outro lado, observa-se os setores mais cíclicos perdendo força, o que retira um pouco do receio de reaceleração no mercado de trabalho devido à dinâmica dos últimos meses”, completou.
*Com informações da Agência Estado
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