O número de novos investidores pessoas físicas com recursos alocados em renda fixa cresceu 7% no 2º trimestre deste ano quando comparado com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados da B3 divulgados na quarta-feira (4). Já o total de pessoas na Bolsa de Valores passou de 16,5 milhões para 17,7 milhões em 12 meses. A região que registrou maior crescimento de investidores foi o Nordeste.
O valor sob custódia apresentou aumento de 19% e passou de R$ 1,9 trilhão para R$ 2,3 trilhões em 12 meses, de acordo com a análise da evolução dos investidores na B3.
“Adicionalmente, ao book da pessoa física, nesse trimestre, divulgamos uma pesquisa com um novo recorte dos diferentes perfis de investidores no Brasil. É mais um insumo importante para o mercado trabalhar temas chaves na relação com seus clientes, como educação financeira, alocação de recursos, assessoria e consultoria financeira entre outros”, explica Felipe Paiva, diretor de relacionamento com clientes, pessoas físicas e educação da B3.
O maior destaque na renda fixa ficou com os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), com crescimento de 19% na sua base de investidores, cujo saldo alcançou 21% no 1º semestre deste ano comparado com o fechamento de 2023. No total, são 365 mil investidores pessoas físicas com recursos em CRIs, com saldo de R$ 84 bilhões e saldo mediano de R$ 40 mil.
“O Brasil já deixou de ser, há tempos, o país ‘monoproduto’, só da poupança ou somente da ação ou do investidor a longo prazo. É o país do fundo imobiliário, do Tesouro Direto, das ações locais e internacionais, do ETF e BDR, dos produtos de captação bancária e dívida corporativa, dos ativos digitais, e de novos investidores em todas as regiões do país.”
A taxa básica de juros, a Selic, está atualmente em 10,50% ao ano, enquanto a inflação oficial do País, o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), está em 4,50% no acumulado de 12 meses. Além disso, a renda fixa bateu recorde de captação em R$ 337,9 bilhões no 1º semestre deste ano, conforme dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Nordeste é a região que mais cresce em número de investidores
A região Nordeste apresentou o maior crescimento no número de investidores em todo o País no primeiro semestre de 2024. A alta foi de 3,7%, passando de 657 para 682 mil pessoas, em comparação com a quantidade total de 2023.
O Sudeste, que se mantém em primeiro lugar no número total de investidores, com 2,86 milhões de pessoas físicas, teve alta de 3,18% no período. O Sul aparece na sequência ao somar um total de 868 mil investidores, o que representa 3% a mais na comparação com o ano passado. O Centro-Oeste, que tem 407 mil cidadãos com contas na bolsa do Brasil, e o Norte, que tem 198 mil, apresentaram estabilidade na quantidade de investidores.
Tesouro Direto
O número de investidores no Tesouro Direto cresceu 19%, de 2,2 milhões para 2,7 milhões em junho deste ano, segundo dados da B3. O valor de custódia em títulos públicos subiu 8% chegando a R$136,5 bilhões no segundo trimestre deste ano ante R$116,5 bilhões no mesmo período de 2023.
O Tesouro IPCA e o Tesouro Selic se destacam por menor volatilidade e altas taxas de juro, respectivamente, e são responsáveis por 75% do saldo total sob custódia. O saldo mediano do Tesouro Direto reduziu 22% ao sair de R$3,1 mil para R$2,4 mil. Estes resultados estão diretamente ligados ao comportamento de quem aporta capital em meio aos pagamentos cada vez mais atrativos.
FIIs
Os Fundos Imobiliários (FIIs) cresceram 23% no número de cotistas e o saldo mediano por investidor reduziu em 15%. Entre o segundo trimestre de 2023 e o mesmo período de 2024, a quantidade de Fundos Imobiliários negociados na B3 aumentou em 18%, passando do patamar de 373 fundos negociados na B3, em julho de 2023, para 439 em junho de 2024. Nesse mesmo período, o número de investidores com posição no produto aumentou 23%.
A entrada de novos investidores em Fundos Imobiliários reduziu o saldo mediano por investidor em 15%, ou seja, os brasileiros estão entrando com tickets menores no produto. Há 12 meses, o saldo mediano por investidor era de R$3,1 mil e, atualmente, o saldo é de R$2,6 mil – similar a produtos mais consolidados entre os investidores como, por exemplo, o Tesouro Direto (R$2,4 mil por investidor) e ações (R$ 2,1 mil por investidor).
O perfil de investidores em fundos imobiliário priorizam posições de longo e médio prazo e, em sua maioria, monitoram diariamente seus investimentos. Esses investidores priorizam a rentabilidade, redução de riscos e estabilidade de investimentos.
Para conhecer mais sobre finanças pessoais e investimentos, confira os conteúdos gratuitos na Plataforma de Cursos da B3. Se já é investidor e quer analisar todos os seus investimentos, gratuitamente, em um só lugar, acesse a Área do Investidor.