quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
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Trump toma posse; veja o que esperar para economia do Brasil e do mundo

como vai funcionar o programa de apoio e crédito a pequenos negócios

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O republicano Donald Trump assume a presidência dos Estados Unidos pela segunda vez nesta segunda-feira, 20, trazendo para o país e para o mundo uma série de impactos econômicos. Desde as eleições, os agentes econômicos já notavam quais seriam esses impactos, inclusive cunhando o termo ‘Trump Trade‘.

O termo em questão se refere ao movimento dos mercados com relação à expectativa de um retorno do nacionalismo econômico, com foco no protecionismo, cortes de impostos, desregulamentação e aumento nos gastos com infraestrutura e defesa.

Ou seja, nesse contexto há expectativa de uma pressão inflacionária maior, por conta do crescimento da demanda interna gerado pelos cortes de impostos e aumento dos gastos públicos.

Por consequência, isso pode levar a um aumento de juros, já que o Federal Reserve pode precisar conter a inflação com taxas mais altas – logo após manter os Fed Funds no patamar mais alto para as últimas décadas e iniciar um ciclo de cortes no segundo semestre de 2024.

Acerca do câmbio, a percepção do mercado é de que o dólar tende a se valorizar ante o real e outras moedas, impulsionado por expectativas de um crescimento mais rápido da economia dos EUA e de um ambiente mais favorável a investimentos internos.

Trump e a guerra das tarifas

Com uma visão econômica pautada no nacionalismo, o republicano acena frequentemente para uma imposição de tarifas que aumente a competitividade de americanos e prejudique a competitividade de players internos.

Durante sua campanha, ele chegou a declarar que irá implementar tarifas de 25% sobre produtos do México e Canadá e 60% sobre produtos da China.

No seu mandato anterior, ele havia travado uma intensa guerra comercial com a China – com tarifas pesadas em produtos como aço, alumínio e bens eletrônicos – e agora a tendência é que ele retome essas diretrizes.

Trump também prometeu tarifas de 10% sobre todos os produtos importados pelos EUA, pressionando países como Canadá, México e também o bloco econômico da União Europeia a renegociarem acordos comerciais.

O cenário todo deve gerar um aumento nos preços de produtos importados para os consumidores dos Estados Unidos, tendo impactos diretos, especialmente em tecnologia, automóveis e bens de consumo.

A vitória de Trump fez com que o bitcoin e outras criptomoedas disparassem, renovando as máximas históricas dia após dia. Nesta segunda, 20, dia da posse, o bitcoin renovou seu recorde novamente, chegando a alcançar uma cotação de US$ 109.225 durante o dia.

Isso ocorre porque o republicano tem se mostrado amigável ao mercado de criptomoedas, sinalizando inclusive que quer tonar os EUA um ‘hub’ de criptomoedas.

Durante sua campanha presidencial de 2024, o republicano tornou-se o primeiro candidato presidencial a aceitar doações em ativos digitais, incluindo bitcoin.

Além disso, segundo o New York Times, sua gestão ensaia a criação de uma “Reserva Federal” de bitcoin, adquirindo a criptomoeda para fortalecer as reservas do governo dos Estados Unidos e mostrando uma integração direta da classe de ativo com o sistema financeiro do país.

Com o republicano voltando à Casa Branca, as relações comerciais com o Brasil devem ser afetadas.

O agronegócio brasileiro, que já tem uma forte presença nas exportações para os Estados Unidos, deve ter impacto das tarifas e barreiras comerciais.

Em um cenário de uma eventual nova guerra comercial entre EUA e China, o Brasil pode levar vantagem. Se os EUA impuserem tarifas sobre produtos chineses, a China pode buscar alternativas, como a soja brasileira, o que poderia aumentar a demanda por produtos agrícolas brasileiros, como soja, milho e carne.

Na contramão, a postura protecionista de Trump pode prejudicar exportações brasileiras para os Estados Unidos. Caso Trump reforce tarifas sobre produtos importados, isso pode reduzir o acesso do Brasil ao mercado norte-americano, especialmente olhando para produtos como carne bovina, açúcar e etanol.

Política fiscal expansionista

Olhando para as expectativas para a política fiscal e tributária deste novo mandato, há mudanças significativas esperadas.

Isso, já que Trump tem um discurso protecionista que contempla eventuais cortes de impostos, prometendo a redução do imposto corporativo de 21% para 15% para empresas que mantêm sua produção nos Estados Unidos.

Com isso, a arrecadação dos cofres públicos deve cair, considerando também o agravante de que o político acena para maiores gastos militares.

Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) projeta um déficit orçamentário de US$ 1,865 trilhão para o ano fiscal de 2025, antes de quaisquer mudanças propostas por Trump.

Bolsa de valores

Com a vitória de Trump, o mercado acionário teve uma resposta positiva. Apesar de um certo receio de volatilidade – por conta da pressão das suas políticas em variáveis como câmbio, inflação, juros e cotação de commodities -, de forma geral a avaliação tem sido positiva, conforme refletido pelos preços.

Após a eleição do republicano, o índice Dow Jones avançou 0,8% no dia seguinte, ao passo que o S&P subiu 1% e o Nasdaq avançou 1,5%. Desde o dia em que o resultado das eleições foi divulgado, a performance dos índices foi de :

  • Dow Jones: +3%
  • S&P 500: +3,7%
  • Nasdaq: +6,5%

Com o nacionalismo econômico, a visão de investidores é que o mandato deve fornecer um cenário favorável para a indústria nacional, especialmente em setores como energia, infraestrutura e tecnologia.

Olhando para setores em específico, o governo Trump tem um histórico de fortalecer o orçamento de defesa e de políticas mais favoráveis ao setor – conforme sinalizado em campanha – o que dá margem para alta de ações de companhias do ramo, como a Lockheed Martin.

Além disso, no segmento de energia e combustíveis, o republicano também aponta para políticas favoráveis ao setor – especialmente petróleo e gás natural -, com incentivos à produção doméstica.

No segmento de infraestrutura, com promessas de grandes investimentos, companhias do ramo também têm surfado altas – como o rali de mais de 8% dos papéis da Caterpillar após o anúncio da vitória do republicano.

Por fim, o setor financeiro também deve ter um ambiente favorável com a vitória de Trump. Ações de bancos como JPMorgan Chase e Bank of America subiram com a expectativa de políticas monetárias mais favoráveis e desregulamentação no setor financeiro. Desde a vitória do republicano, em novembro de 2024, esses papéis sobem 17% e 11%, respectivamente.

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Fonte: B3 – Bora Investir

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