quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
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“Unir filantropia, governo e negócios é essencial para financiar a transição climática”, diz Ray Dalio

"Unir filantropia, governo e negócios é essencial para financiar a transição climática", diz Ray Dalio

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Estimativas sugerem que é necessário aumentar em mais de US$ 3 trilhões por ano o financiamento com foco em transição climática para alcançar o objetivo de atingir emissões líquidas zero de gases do efeito estufa e reverter a perda de biodiversidade até 2050. O desafio, no entanto, é direcionar esse capital. Durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, especialistas destacaram a necessidade de reunir governos, filantropia e negócios para alcançar esse objetivo.

Para o megainvestidor e fundador de um dos maiores hedge funds do mundo, Ray Dalio, um dos elementos chave para direcionar tal volume de recursos é aprender a lidar com diferentes interesses. “Eu sou filantropo e investidor, e como investidor, tenho a responsabilidade de entregar retorno financeiro”, argumentou. Para reunir todos os “bolsos” e movimentar o dinheiro, disse ele, “é preciso entender quais os interesses das pessoas e reuni-las. Acho que é preciso encontrar uma forma que faça sentido economicamente para todos a fim de criar essas parcerias entre filantropia, governo e empresas. Mas para que essa parceria funcione, é preciso entender o interesse de cada grupo”, explicou Dalio.

Lutfey Siddiqi, enviado especial do governo de Bangladesh, destacou que essa visão vem de dez anos para cá. “Até então, havia a ideia de que o financiamento viria de governos, ONGs e da academia. Mas a cúpula do clima de Paris mostrou que precisamos aumentar o escopo e as fontes de financiamento para clima e natureza. Precisamos unir filantropia, governo e negócios para que 1 mais 1 seja igual a 15”, afirmou Siddiqi, ressaltando que os efeitos das mudanças climáticas já são reais, embora não estejam distribuídos igualmente.

Dilhan Pillay Sandrasegara, CEO da Temasek, concordou que é preciso atrair as empresas para a conversa, mas que o retorno financeiro precisa acompanhar o propósito. “Temos um mandato que é entregar retornos sustentáveis no longo prazo. Para isso, temos que fazer o certo, é nosso dever fiduciário junto a vários stakeholders”, afirmou Sandrasegara. Ele também mencionou que, embora o portfólio da Temasek inclua empresas com impacto ambiental significativo, como companhias de geração de energia a gás e empresas aéreas, é essencial investir na transição dessas empresas para operações mais sustentáveis. “Se vou segurar esses ativos por anos, tenho de entender como será o impacto deles no longo prazo”.

Chavalit Frederick Tsao, presidente do Tsao Pao Chee Group, reforçou a importância de inovar constantemente para gerar valor e adaptar-se aos tempos. “É preciso encontrar uma solução para sustentabilidade, mas cada geração traz uma visão para sustentabilidade. Temos de manter nossos valores, mas assegurar que eles se adaptem com o tempo”, observou Tsao.

Beatriz Martin Jimenez, presidente para Europa, Oriente Médio e África do UBS, desmistificou a crença de que a agenda de sustentabilidade não atrai mais interesse dos investidores. “Quando olhamos para nossos clientes e como eles estão olhando para sustentabilidade no longo prazo, estão vendo o impacto dos eventos climáticos em seus negócios. E isso se traduz em impactos em seus portfólios e no valuation de suas empresas”, afirmou Jimenez.

Ou seja, para os painelistas, é importante unir retorno financeiro e sustentabilidade para que as soluções sejam colocadas em prática. “Se você tem um mandato de só entregar retorno, é seu dever fiduciário. Mas isso está mudando, por isso que estamos vendo fundos ESG. Neles, todo mundo entende que há um duplo ou triplo mandato”, destacou Sandrasegara.

“Temos de mostrar que é possível ter o duplo mandato”, concordou Chavalit Frederick Tsao, destacando que é necessário ainda mostrar para mais pessoas que fundos que investem em soluções sustentáveis conseguem ser competitivos também em retorno financeiro. “Mas é preciso ter negócios que assumam a responsabilidade. Negócios que impulsionem a transformação”

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Fonte: B3 – Bora Investir

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